Turismo de eventos tem crescimento de 10% nos primeiros 5 meses no Estado

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Consolidado como um dos principais destinos de ecoturismo do mundo, Mato Grosso do Sul vem se estabelecendo no cenário nacional também como destino para o turismo de eventos e negócios. No ano, o setor já acumula crescimento de 10%, conforme aponta o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), Bruno Wendling.

Ao discorrer sobre a situação atual, o representante da Fundtur enfatiza que, quando comparados os cinco primeiros meses de 2022 e 2023, houve crescimento no setor nas três principais cidades do Estado – Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

“A média de aumento, se pegar os três municípios, é algo em torno de 10% nos primeiros cinco meses”.

Entre os fatores que contribuíram para o restabelecimento do segmento, Bruno Wendling destaca o retorno da normalidade do fluxo de eventos, feiras e viagens corporativas em relação ao período pandêmico.

“O setor está restabelecido em comparação com o período pré-pandemia, e a gente entende que vai manter uma média positiva em 2023, com aumento no número de eventos que vão começar a acontecer em Campo Grande, entre eles, os esportivos, que atraem fluxos externos, podendo auxiliar em um crescimento ainda maior”, afirma o diretor-presidente.

Wendling aponta ainda o turismo de negócios e o classifica como comercial de frequência regular, de representação, e o corporativo de empresas, que é responsável por manter a fluidez na subárea do turismo.

A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), representando a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), explica que o turismo em sua totalidade vem se recuperando gradativamente após a pandemia, porém, em um ritmo moderado, uma vez que, em sua análise, o resultado satisfatório virá somente a partir do segundo ano após a crise sanitária de coronavírus.

“A gente tem, com certeza, a retomada do turismo e principalmente do turismo de negócios, mas as próprias empresas estão se reorganizando. Vale frisar que dentro dessa cadeia muitos empreendimentos acabaram extintos, fato que pode ser percebido inclusive neste ano, ao ser verificada a ausência desses serviços, que são complementares”, explana a economista.

Em um comparativo com o número de desembarques (voos) no Estado, nos primeiros cinco meses do ano passado, Regiane Dedé sublinha uma elevação acima de 10% em todos os meses neste ano.

“O desembarque aqui, ora é por conta do ecoturismo que vai para outro município, ora é por conta do turismo de negócios, que acaba sendo a rotação da Capital e também fomenta as atividades oferecidas nas cidades vizinhas”, conclui a especialista da Fecomércio-MS.

Hotelaria 

Entre os negócios impactados massivamente pelo turismo de negócios está a hotelaria, que, em uma projeção não oficial, indica um primeiro semestre promissor. 

“O setor obteve bons resultados nesses primeiros meses do ano, impulsionado principalmente pelo fluxo de hospedagem de lazer entre janeiro e fevereiro, mas, a partir de março, houve expressiva alta no turismo de negócios”, detalha o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Mato Grosso do Sul (Abih-MS), Marcelo Mesquita.

Em sua comparação, Mesquita utiliza o mesmo período de 2022, em que, segundo o empresário, houve crescimento de 22% na taxa de ocupação e de 12% considerando o mesmo período de 2019, antes da pandemia.

O chefe da associação de hotelaria no Estado pondera sobre o panorama mencionando a atração de novos negócios como fator que coopera para o aquecimento do ramo.

“Destaque em especial para o mercado de celulose, que vem atraindo um número considerável de novas empresas neste segmento, e com participação especial das empresas que estão construindo suas plantas industriais”, exemplifica. 

Para a Capital, Mesquita evidencia shows e exposições como responsáveis por atrair mais pessoas de fora, citando, em especial, a Expogrande, que neste ano otimizou o fluxo de hóspedes durantes os dias do evento. O profissional reitera que o mercado de turismo de negócios tem apresentado saldo positivo impulsionado por alguns segmentos desse mercado. 

“Destaca-se positivamente o agronegócio, seguido do segmento médico e da infraestrutura urbana. Porém, alguns que historicamente eram relevantes para a cidade diminuíram seus volumes no pós-pandemia, como o bancário e o de telefonia”, acrescenta.

Concluindo, o diretor-presidente da Abih destaca como aspecto negativo a dificuldade de voos oriundos de grandes polos urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, entre outros. 

“O alto custo das passagens aéreas e a pequena malha de voos para a cidade têm dificultado e muito a atração de negócios à cidade, como é o caso do segmento de eventos”, afirma Mesquita.

Campo Grande se consolida como principal cidade para eventos e negócios

Portal para a maioria dos destinos de Mato Grosso do Sul, Campo Grande se consolida como principal destino na subdivisão eventos e negócios, conforme dados do Observatório do Turismo de MS.

Superintendente de turismo de Campo Grande, Wantuyr Tartari reforça que, com a atualização do plano municipal de turismo, realizada no primeiro semestre deste ano, foi pontuado que a cidade continua com a vocação para turismo de negócios e eventos.

“A retomada após a pandemia tem demonstrado bom desempenho do setor nos últimos meses. A rede hoteleira tem registrado índices na mesma média de antes da pandemia, superando 52% da taxa de ocupação em março e 60% em abril, resultado que desperta o otimismo dos empresários do ramo”, explica o superintendente.

Tartari menciona eventos corporativos que ocorrem durante esta semana na Capital, entre eles, o workshop del Destino Santa Cruz de La Sierra – Bolívia, no Hotel Grand Park, e o 3º Encontro de Integração Tecnológica do Agronegócio de Mato Grosso do Sul.

“Por tudo isso, o cenário de 2023 será de reestruturação e retomada dos eventos de negócios, que chegam totalmente repaginados, com muito mais experiências em novos formatos, aplicando os aprendizados operacionais na execução dos mesmos, por meio dos profissionais que sempre fizeram e fazem a diferença no mercado campo-grandense”, conclui.