Safra recorde de cana chega a 46,3 mi de toneladas

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A safra de cana-de-açúcar 2023/2024 chegou a 46,3 milhões de toneladas em Mato Grosso do Sul até o início de novembro. O total já ultrapassou em 16,6% o montante da safra 2022/2023 no mesmo período do ano passado, quando foram processados 39,7 milhões de toneladas. Outro ponto de destaque é a produção de açúcar, que já bateu recorde na safra atual, superando em mais de 55% a safra passada. 

O ciclo atual vai até 31 de março de 2024, e o montante da safra pode apresentar resultados ainda melhores. De acordo com a Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), outro destaque da safra é a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), que registrou 142,50 kg por tonelada de cana, sinalizando melhora na qualidade da matéria-prima com uma média 3,32% acima do ciclo anterior.

O diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, explica que as condições climáticas ao longo do ano contribuíram para o resultado positivo. “É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita, preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras”, explica. 

A produção de açúcar passou de 2 milhões de toneladas, quantidade 55% maior em relação à do mesmo período do ciclo anterior e a maior já registrada em MS. “É uma importante marca para Mato Grosso do Sul, que já é o 5º maior produtor de açúcar do País, sendo o alimento um dos principais produtos que contribuem para a receita de exportação na balança comercial”, destaca Paredes. 

Em agenda com o setor produtivo, o governador Eduardo Riedel (PSDB) havia ressaltado a importância do segmento para Mato Grosso do Sul. “O setor sucroenergético tem mais de 20 unidades industriais no Estado, com geração de milhares de empregos. Ainda tem geração de energia limpa e etanol, que exporta para o Brasil inteiro”, destacou o governador.

Riedel ainda frisou que o setor sucroenergético contribui para a agenda sustentável de Mato Grosso do Sul, ao contribuir com boas práticas nas questões ambientais e sociais. “Nos dá orgulho ver um setor que se organizou e que contribui para o Estado ser carbono neutro até 2030”, completou.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semadesc), Jaime Verruck, também destacou a relevância do setor na economia do Estado.

“Mato Grosso do Sul já tem 860 mil hectares plantados de cana, já é a segunda cultura depois de soja e milho, e o foco tem sido a produtividade da cana, com melhorias nas tecnologias. Temos, hoje, ampliação e construção de novas usinas, como a retomada de Anaurilândia e a construção de uma nova [usina] em Paranaíba”.

Ainda em relação à safra atual, a produção de etanol somou 3,2 bilhões de litros até 30 de novembro. Desses, são 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado e 1 bilhão de litros de anidro a partir da cana-de-açúcar e do milho.

SETOR

A recuperação da produção e da produtividade dos canaviais de Mato grosso do Sul vem em um importante momento para o setor, que vive a sua terceira fase de expansão no Estado. Consolidado como o 4º maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, o setor conta com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos.

No último ano, o setor contou com o incremento na produção de etanol de milho, até então produzido somente a partir da cana-de-açúcar. 

Com suas particularidades em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima (milho), a atividade se apresenta cada vez mais relevante para o Estado, por se tratar de uma atividade de alto investimento, alinhada aos quesitos de sustentabilidade, que contribui para a movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável.

Conforme a Biosul, os avanços na produção sucroenergética e novos investimentos no Estado impulsionam ainda mais a contribuição do setor na geração de novos empregos, no desenvolvimento da região onde as usinas estão instaladas e na participação na receita da balança comercial do Estado.

Com o avanço no processamento da cana, a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar também apresentou aumento. 

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) compilados pela Biosul, de abril a setembro, foi exportado 1,4 milhão de megawatt-hora (MWh) para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A quantidade é 9,7% maior em relação à do mesmo período de 2022.