Produção de carnes reduz em 20%, mas exportações para a China continuam

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Os frigoríficos de Mato Grosso do Sul, tiveram redução de até 20% na produção por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Apesar do impacto negativo, a exportação do produto sul-mato-grossense para China, não apresentou redução.

De acordo com o presidente da Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne (Assocarnes-MS), Sérgio Capuci, a redução nos abates e desossa se deu com a redução de 15% no quadro de funcionários. “O que reflete numa produção de uns 20% a menos. Esses funcionários são aqueles que fazem parte do grupo de risco ou mães que não tem onde deixar os filhos. Hoje, por exemplo, aqui no frigorífico de Rochedo temos uma baixa de 70 funcionários. Mas não vamos parar de produzir. Não corremos esse risco de desabastecimento”, destacou o representante dos frigoríficos.

Nos primeiros dias de pandemia, muitos consumidores correram para os supermercados com receio de ficarem desabastecidos nos dias de isolamento. O presidente da Assocarnes, diz que essa grande procura fez com que a demanda aumentasse. “Num primeiro momento a gente teve um aumento na demanda.  Agora a gente estima que possa haver uma redução primeiro porque quem estocou não vai comprar e segundo porque muitos lugares como cozinhas industriais e restaurantes diminuíram ou fecharam”, contextualizou Capuci.

EXPORTAÇÕES

As exportações estaduais para a China ainda não sofreram impactos da pandemia. Nos dois primeiros meses de 2020, comparado com o mesmo período do ano passado, as exportações para o país asiático aumentaram.

Segundo o secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Ricardo Senna, os chineses comprar mais carnes de aves. “Entre janeiro e fevereiro do ano passado eles não compravam muita carne bovina. Começaram a comprar de outubro para cá. Não dá para analisar a sazonalidade, porque não tem um ano de série”.

Conforme os dados da Semagro somando janeiro e fevereiro de 2019 o montante negociado foi de US$ 7,771 milhões. Enquanto nos dois primeiros meses de 2020 foram negociados US$ 20,989 milhões.  O secretário lembra que como a epidemia do coronavírus é recente as estatísticas não captaram plenamente os impactos. “Ainda não temos toda a extensão dos impactos da pandemia sobre o nosso desempenho econômico”, ponderou Ricardo Senna.

Nos dois primeiros meses de 2019 foram exportadas 3,849 toneladas de carne para a China. No mesmo período de 2020 o número quase dobrou atingindo 6,806 toneladas.