
O valor da produção florestal total atingiu em 2024 o recorde de R$ 3,47 bilhões, com alta de 56,4% e produção em 70 municípios de Mato Grosso do Sul. As áreas de silvicultura (florestas plantadas) no Estado também registraram recorde, sendo MS o segundo Estado com a maior área, atrás apenas de Minas Gerais.
Dados são da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2024, divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o IBGE, o valor da produção da silvicultura continua superando o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano 1998. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento dos últimos anos e, em 2024, foi verificado um aumento considerável, de mais de 50% em relação ao ano anterior.
Entre as unidades da federação, Mato Grosso do Sul tem o 5º maior valor da produção do País.
Dentre os municípios, MS tem cinco entre os 20 com maiores valores de produção na silvicultura, com Três Lagoas em segundo lugar no ranking nacional, seguido por Brasilândia (4º), Ribas do Rio Pardo (6º), Água Clara (9º) e Campo Grande (19º). Todos esses municípios fazem parte do chamado Vale da Celulose.
“Em 2024, com os avanços do plantio de eucalipto, o Mato Grosso do Sul passou de 7º para 5º em valor de produção em silvicultura. Várias fábricas têm se instalado no estado devido ao clima propício para o eucalipto e a disponibilidade de terras. O crescimento da produção tem se dado por Mato Grosso do Sul, com destaque para o município de Três Lagoas, que passou de 6º para 2º no ranking entre municípios”, explica o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.
O setor da madeira em tora para papel e celulose permanece com tendência de alta no Estado, atingindo o valor de R$ 2,6 bilhão, crescimento de 48,4% no valor da produção,
Houve crescimento na quantidade produzida de lenha (96,9%) e madeira em tora (31,6%), com 2,4 milhão de m3 e 26,0 milhões de m3 respectivamente.
Com este resultado, Mato Grosso do Sul permanece no 9º lugar no ranking nacional na produção de lenha e cai uma posição no ranking na produção de madeira em tora, ficando em 4º lugar.
Estes dois produtos madeireiros representam 90,1% do valor de produção florestal em Mato Grosso do Sul. O incremento na produção desse grupo foi de 73,8% em comparação ao resultado registrado no ano anterior.
Área plantada
A área plantada de silvicultura no estado cresceu de 6,8% de 2023 para 2024, passando de 1.365.925 hectares para 1.459.034 ha, atingindo um novo recorde de área plantada.
Conforme o IBGE, o crescimento demonstra um desenvolvimento muito superior quando comparado a outros estados grandes produtores, como São Paulo, onde houve queda de 0,7%, Minas Gerais, com alta de 3,6% e o Paraná, com alta de 1,6%.
Mato Grosso do Sul abriga 14,7% da área destinada a produção no País.
A maioria das florestas em Mato Grosso do Sul é composta por plantações de eucalipto, que contam
como 99,5% (1,4 milhões de ha) da espécie florestal cultivada para fins comerciais, com a área dedicada ao cultivo aumentando em 6,8% em comparação a 2023 (1,18 milhões de ha).
Já o Pinus representa os outros 0,5% (6.438 ha) das espécies florestais, decrescendo 4,5% em relação a sua área de 2023 (6.744 ha).
Entre os 10 municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil, os quatro maiores estão em Mato Grosso do Sul, sendo Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Água Clara e Brasilândia.
Selvíria e Inocência também aparecem no top 10 nacional, ocupando o 6º e 9º lugar, respectivamente.
Vale da Celulose
A Lei nº 6.404, de maio de 2025, instituiu oficialmente o Vale da Celulose como denominação do conjunto de municípios impulsionados pela cadeia produtiva da celulose em Mato Grosso do Sul. A lei reconhece a importância estratégica da atividade florestal para o desenvolvimento econômico, social e logístico do Estado.
Pela lei, o Vale da Celulose abrange os municípios de:
Água Clara,
Aparecida do Taboado,
Bataguassu,
Brasilândia,
Cassilândia,
Inocência,
Nova Alvorada do Sul,
Paranaíba,
Ribas do Rio Pardo,
Santa Rita do Pardo,
Selvíria.
Três Lagoas.
Estas localidades que se destacam pela presença de grandes empreendimentos industriais, investimentos em infraestrutura e geração de empregos ligados ao setor florestal e à produção de celulose.
“Esses nove municípios concentram 87% da produção de celulose em Mato Grosso do Sul. O Vale da Celulose já é um território que se tornou referência nacional e internacional em produtividade e inovação e está se constituindo como um cluster da cadeia produtiva do setor florestal e estabelece um novo nível de governança para essa região”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), na ocasião da sanção da lei.
Correio do Estado