Começa nesta semana obra da ponte que trará “boom” de oportunidades a MS

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Após quase cinco anos de planejamento impactado pela pandemia, começa nesta segunda-feira (13) a obra da ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho. Com a presença dos presidentes do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL), e do Paraguai, Mário Abdo Benítez, será lançada a pedra fundamental, o começo de uma edificação que vai levar quatro anos para ficar pronta, ao custo de 82 milhões de dólares.

Os recursos são da Itaipu Binacional, usina de geração de energia elétrica dos dois países, construída em 1982. A nova ponte fará parte da Rota Bioceânica, que vai encurtar a distância entre São Paulo e a China.

A ponte terá 1,3 mil metros, com um vão de 360 metros sobre o rio e altura de 22 metros. Calculada para suportar grande tráfego de caminhões bitrens, a estrutura terá pista dupla e acesso para pedestres, conforme o projeto.

A rota – Hoje, os navios com produtos para exportação que saem do Porto de Santos percorrem 24,1 mil quilômetros, dando a volta na América Latina para deixar o oceano Atlântico e chegar ao Pacífico, onde seguem para a China, o país que mais compra produtos agropecuários de Mato Grosso do Sul.

Com a ponte, as cargas virão por rodovia e seguirão pelo Paraguai, Argentina e Chile até chegar a dois portos do Chile, de onde partem de navio para a Ásia. O percurso vai cair para 18,6 mil km, trazendo uma enorme economia com a logística, deixando os produtos com preços mais competitivos no mercado.

Os caminhões com soja, milho, celulose, carnes, minério de ferro, fertilizantes, lítio, sal e outros produtos daqui de MS, de São Paulo e outras regiões terão acesso a ponte depois de passar por Campo Grande, Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim e Porto Murtinho.

Dali, seguirão sobre a ponte para o município paraguaio Carmelo Peralta. As próximas paradas são em Mariscal José Félix Estigarribia no mesmo país; Pozo Hondo e San Salvador de Jujuy, na Argentina. No Chile, as rodovias seguem para San Pedro de Atacama e daí surgem duas opções de destino para os portos de Iquique e Antofgasta.

Mais planos – Do lado paraguaio, o país já prepara estradas para a rota. O escoamento da produção brasileira pode ainda ser impulsionado com ferrovias que estão nos planos do Cosiplan (Conselho de Infraestrutura e Planejamento) do governo brasileiro. O corredor ferroviário pode ser integrado a MS por meio das construção do trecho ferroviário de Cascavel, no Paraná, a Maracaju, passando por Dourados.