Subsídio do seguro rural deveria ser de no mínimo R$ 1,2 bilhão, calcula especialista

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Print

 

milho-lavoura
Para este ano, o volume inicial de subsídios de origem federal destinado ao seguro agrícola era de R$ 741 milhões. (Foto: Divulgação).

O subsídio federal dedicado ao seguro rural deveria ser de no mínimo R$ 1,2 bilhão. O cálculo é do economista e matemático Antônio Américo de Aquino, coordenador da Comissão de Seguro Rural do Sincor-SP. Especialista no tema, Américo atua com seguro agrícola há mais de 12 anos.

“O orçamento da subvenção hoje é insuficiente para atender à demanda do mercado nacional de seguro agrícola”, enfatiza. De acordo com Américo, o subsídio ainda é imprescindível para ampliar a cobertura do seguro rural no País, porque as coberturas inegavelmente são caras para o agricultor. “Todos os grandes players mundiais do agronegócio subsidiam.”

Para este ano, o volume inicial de subsídios de origem federal destinado ao seguro agrícola era de R$ 741 milhões. No entanto, com os contingenciamentos orçamentários promovidos pelo executivo, o montante recuou para cerca de R$ 400 milhões. Segundo Américo, apenas cerca de 15% da área plantada do País, estimada em aproximadamente 60 milhões de hectares, tem cobertura de seguro rural.

Mais desafios

Além da subvenção ser insuficiente, o especialista destaca, ainda, que as coberturas são generalistas. De acordo com Américo, as estatísticas do IBGE, utilizadas para balizar a elaboração das apólices, auferem a produtividade média dos municípios. Só que, segundo ele, estes dados não bastam e não refletem as diversas realidades existentes no campo para a montagem de apólices mais precisas.

“Precisamos de coberturas personalizadas, customizadas de modo similar ao que acontece com o seguro de automóveis”, explica. “Um motorista é diferente do outro, e o mesmo acontece na agricultura, no caso dos produtores. Com a combinação de diversos fatores, como clima, solo, uso de tecnologia, gestão, os perfis dos agricultores acabam ficando completamente diferentes, e isso precisa ser considerado no custo do seguro.”

 

Dicas 

Segundo o especialista, contratar o seguro rural via negociação coletiva é um caminho para se obter melhores preços. A contratação coletiva é uma modalidade na qual os agricultores podem negociar as taxas de prêmio e as condições das apólices por meio de entidades representativas de sua escolha.

Américo lembra também que se o seguro rural de risco climático tem todos estes desafios, as coberturas de renda, infelizmente, estão ainda mais longe de virar realidade. Presente de modo já bem mais consolidado em outros países, como, por exemplo, os Estados Unidos, o seguro de renda garante não só o custeio da safra, mas também a renda do agricultor em caso de prejuízos na lavoura.

Fonte: Datagro