Startup bem sul-mato-grossense recebeu meio milhão de “anjos”

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Nascido numa família de pecuaristas e leite e agricultores, o engenheiro da computação Renato Borges cresceu ouvindo as lamentações sobre os problemas para tocar a lavoura e melhorar a produção das vacas. De veranico a lagarta na soja, o discurso era repetido por anos e acabou por servir de inspiração para que em 2017 junto com um sócio ele criasse a startup Agrointeli, uma Agtech (empresa de tecnologias aplicadas ao agronegócio).

A empresa oferece sistema de monitoramento online que acompanha o cultivo do plantio à colheita e ajuda os produtores na tomada de decisão. Hoje a startup totalmente sul-mato-grossense monitora 170 áreas pelo País, e está presente em 12 estados brasileiros. No ano passado recebeu um aporte de R$ 520 mil dos fundos GVAngels, grupo de investidores anjo formado por ex-alunos da FGV, e da ACE Startups.

“Desde pequeno vivi no campo por conta da família que é do agro na parte de gado leiteiro e agricultura. Por isso sempre ouvia diariamente as dores e sofrimentos da família dos agricultores e dos amigos aqui em Mato Grosso do Sul. Me formei em computação e fiz mestrado em Porto Alegre e quando retornei eu vi ainda que os mesmo problemas continuavam. Isso me deu um estalo de pesquisar as soluções atuais para acabar com as reclamações. Neste período descobri que muitas soluções eram ruins e não resolviam 100% a demanda”, frisou o CEO da empresa. Juntei a dor com a minha expertise”, afirma o empresário.

Esta lacuna de mercado foi logo detectada pelo engenheiro.“Percebi que o setor de monitoramento de clima e lavouras, saúde das plantas não tinha ferramentas eficientes que resolvessem isso 100%. Quando apontavam o caminho resolviam apenas parte do problema”, afirmou contando que a Agrointeli começou monitorando clima e depois mudou a perspectiva. “Hoje nosso sistema operacional agrícola monitora todas as variáveis da lavoura retirando dados de diversas fontes como clima, saúde da lavoura, imagens de satélite, equipamentos e máquinas e pragas. Junta todos estes dados que estão no dia a dia do agricultor e joga no sistema”, explica.

Offline – O aplicativo é baixado pelos usuários nos smartphones e pode ser acessado off-line pelo produtor no meio da lavoura. “Nosso serviço inclui clima saúde monitoramento de pragas e maquinas numa plataforma só. Centraliza em um único software o processo e é muito acessível. O produtor nem precisa de internet para usar o software”, acrescentou.“O negócio começou com zero reais”, relembra.

Com equipe de 15 colaboradores entre agrônomos, técnicos agrícolas e desenvolvedores de softwares (engenheiros de computação) a startup tem escritórios em Campo Grande, Belo Horizonte e agora em Goiânia. Mas os planos são mais ambiciosos. A empresa já está atuando no Chile, por meio de um programa de tecnologias globais do agronegócio daquele País. “Fizemos a expansão para o Chile ao passamos no programa no país que buscava tecnologias globais. Neste programa a gente foi uma das primeiras selecionadas. Foram apenas três do Brasil. Morei no Chile por sete meses, fazendo a expansão e se Deus quiser neste ano vamos pro Uruguai”, sinalizou o CEO da empresa.