Grupo planeja 2ª fábrica no Estado; investimentos devem chegar a US$ 7 bi

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A primeira planta de processamento de celulose da multinacional chilena Arauco, em Inocência, distante 300 quilômetros de Campo Grande, só deve entrar em operação em 2028, mas a empresa já aposta no crescimento da demanda e tem um plano pronto para a segunda linha de celulose. 

Isso significa que os investimentos de US$ 3 bilhões (R$ 14 bilhões, na cotação desta quinta) podem ser dobrados no fim desta década ou no início da próxima, caso a empresa resolva usar a capacidade máxima prevista para o Projeto Sucuriú.

Há ainda o investimento de US$ 1 bilhão em arrendamento de terras e no plantio de florestas. 

O CEO da Arauco no Brasil, Carlos Altimiras, disse ao Correio do Estado que, em um futuro não muito distante, a filial brasileira poderá ter uma produção similar à da matriz, localizada na cidade de Valdívia, ao sul de Santiago, no Chile. 

Atualmente, a Arauco, maior produtora mundial de celulose, produz 5 milhões de toneladas por ano em sua operação chilena. O Projeto Sucuriú, sozinho, tem o potencial de igualar a operação da matriz.

Quando pronta, a primeira planta da Arauco poderá produzir até 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada, o que faria dela a segunda maior planta de Mato Grosso do Sul (e do Brasil), só menor que a unidade da Suzano de Ribas do Rio Pardo (2,9 milhões de toneladas/ano), que deve entrar em operação em 2024.

Todo o Projeto Sucuriú, porém, tem tudo para ser a maior unidade fabril de celulose do Brasil, com capacidade anual de 5 milhões de toneladas.

Cada planta demanda US$ 3 bilhões em investimento, e os contratos para arrendamento e usufruto das terras necessárias para o plantio de eucalipto, que servirá de matéria-prima, mais US$ 1 bilhão na fase de implantação da primeira planta. 

“Desde que o projeto foi anunciado, já investimos US$ 200 milhões [quase R$ 1 bilhão] no Projeto Sucuriú”, disse o CEO da empresa ao Correio do Estado, durante encontro com a imprensa em Campo Grande. 

Perguntado sobre o que motivou a vinda da empresa a Mato Grosso do Sul, Carlos Altimiras revelou que a escolha foi baseada em um trabalho de consultoria de renome internacional, que apontou a região nordeste do Estado como a ideal para receber um dos maiores investimentos da história da empresa chilena. 

“Avaliamos muitos estados e muitos investimentos, e também outros fatores, como o estado funciona, suas características de solo, características hídricas. Além da logística, pois é preciso ter fácil acesso a um porto”, explicou o CEO da empresa no Brasil. 

Carlos Altimiras também disse que a objetividade das autoridades estaduais e seus planos estratégicos pesaram a favor dos investimentos.