Chuva traz alívio aos produtores e plantio de supersafra de soja é iniciado

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soja plantio

Na semana passada, Mato Grosso do Sul registrou o volume de chuvas entre 15 milímetros e 70 milímetros em todos os municípios.

Com a quebra na estiagem, o setor produtivo do Estado deu início ao plantio efetivo da soja.

De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS), os produtores rurais aguardavam a umidade do solo para dar início aos trabalhos no campo.

“Percebemos chuvas em praticamente todo o Estado, com volumes entre 15 mm e 70 mm, com volumes bastante disparidade. Tivemos ocorrências de chuvas de granizo, vendavais, temporais que destelharam galpões e casas em alguns municípios. E também chuvas calmas, entre 25 e 30 milímetros, em alguns municípios ”, informou o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, que ainda reforçou que o plantio efetivo deve começar.

“Essas chuvas, com certeza, já são responsáveis ​​pelo início do plantio, alguns produtores já estavam semeando. Alguns que estavam confiantes nessa previsão [de que choveria a partir do dia 11 de outubro] já iniciaram sua semeadura. Então, com essas últimas ocorrências de chuvas em Mato Grosso do Sul, podemos considerar que os próximos dias assim que der uma enxugada no terreno o produtor vai entrar com uma operação de semeadura a todo vapor ”, ressaltou.

Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima em Mato Grosso do Sul (Cemtec), a última chuva ocorrida entre os dias 16 e 22 de agosto deste ano.

A previsão indica que até o dia 22 de outubro devem ocorrer chuvas de 50 mm em todo o Estado, com possível aumento para 100 mm, de 23 a 30 de outubro.

Recorde

Mato Grosso do Sul projeta novamente uma supersafra de soja, superando o ciclo 2019/2020 em área plantada e em produtividade.

No comparativo com a safra 2019/2020, é estimado acréscimo de 7,55% na área plantada, passando de 3,389 milhões para 3,645 milhões de hectares.

“Para o próximo ano, temos a expectativa de crescimento da área de produção de soja em 256 mil hectares. Tudo indica que teremos um recorde na produção de soja se as condições climáticas assim permitirem. Mostrando o quanto Mato Grosso do Sul tem investido em novas tecnologias e em expansão de área ”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

Conforme o boletim técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), é estimado um aumento de 2,35% no volume de produção de grãos.

Na safra passada, o Estado registrou produção recorde, com 11.325 milhões de toneladas, ea estimativa para o ciclo 2020/2021 é de 11.591 milhões de toneladas, com produtividade estimada em 53 sacas por hectare.

“A expectativa é de que a safra seja semeada em mês de outubro, em razão de as mudanças climáticas não indicarem precipitações consistentes no mês de setembro. Não há problema com a semeadura neste período, haja vista que nos últimos oito anos 62,4% do plantio ocorrido entre os dias 9 e 30 de outubro ”, detalhou o boletim.

Cautela 

Os representantes do setor acreditam que mesmo com o início das chuvas é preciso ter cautela.

“É importante que o produtor rural tenha cautela para iniciar o plantio da soja nesse momento, até que, de fato, como chuvas têm mais regularidade no Estado e a semeadura ocorra de forma correta, para não se perder a viabilidade da semente”, explica a analista técnica da Famasul, Tamíris Azoia.

A semeadura da soja no Estado está permitida desde 16 de setembro, quando terminou o período do vazio sanitário.

No entanto, uma área semeada até o dia 9 de outubro chega a 0,3%, ou 10.935 hectares, 5% a menos do que no ciclo passado.

O presidente da Aprosoja reforça que demora na semeadura da soja pode refletir no cultivo do milho segunda safra.

“O atraso da soja vai muito de encontro com a vontade do produtor de plantar milho, porque a janela ideal para o plantio é em outubro. O produtor que ainda não plantou soja não está ansioso com soja, mas com uma área de safrinha dele. Cada vez que você entra mais para dentro do mês de outubro, o plantio da safrinha fica mais longe do início de fevereiro, e isso é ruim ”, explicou Dobashi.

Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, até 5 de outubro, o Estado já havia comercializado 51,45% da safra 2020/2021, avanço de 15 pontos porcentuais quando comparado com o mesmo período de 2019 para uma safra 2019/2020.

A analista técnica da Famasul destaca os motivos que trazem otimismo à próxima safra da oleaginosa.

“Com os mercados interno e externo aquecidos, houve redução nos estoques e, com o câmbio elevado, nosso produto se tornou bastante competitiva, com valorização dos preços da saca. Quando o produtor melhora a rentabilidade, consegue, conseqüentemente, investir mais na sua propriedade. Então, para a próxima safra de soja, a expectativa é de um aumento na área plantada ”, conclui Tamíris.