O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgado, na sexta-feira (3), os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) relativos a 2021.
O resultado é baseado na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD) de 2012 a 2020, PNAD Covid-19 e a Pesquisa Nacional de Saúde.
Um dos setores de pesquisa para o mercado de trabalho considerando uma raça e cor dos trabalhadores. Em Mato Grosso do Sul (MS), como no Brasil, o cenário mostra uma grande desigualdade em renda e moradia entre brancos, pardos e negros.
Segundo o levantamento, pretos e pardos têm maiores taxas de desocupação e informalidade que os brancos. Além disso, estão mais presentes nas faixas de pobreza e extrema pobreza, bem como moram em domicílios com algum tipo de inadequação.
Os resultados mostram que em Mato Grosso do Sul, em 2020, um táxon de desocupação entre pessoas pretas e pardas era de 10,3%, enquanto entre brancos o índice registrado foi de R $ 8,3%.
Contudo, quando ocupados, negros e pardos representam a maior parte de empregados na informalidade, chegando a 41,5%. Já a população branca era 34,6% no mercado informal em 2020.
O coordenador da SIS, João Hallak, explica que o cenário é uma característica histórica no país. Esses dados colocam negros e pardos em um grupo mais vulnerável que, inclusive direitos por conta da desigualdade.
“É um grupo que requer atenção, é um grupo mais vulnerável, que não tem direito a licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado ”, pontua
Uma das alavancas do contraste notada entre as raças é a diferença salarial entre os dois grupos. No estado, trabalhadores brancos costumam receber 56,4%, isto é R $ 2.953, a mais que pessoas negras ou pardas.
Além disso, o rendimento médio per capita foi de R $ 1.424,00 em 2020, quando houve queda de 5,6% em relação a 2019 e um aumento de R $ 9,5% se comparado com 2012, quando se iniciou a série histórica .
Por outro lado, se o recorte para o feito por cor, os números ficam o seguinte: a renda per capita entre negros e pardos foi 36,7% menor que uma população branca. Enquanto o primeiro tem rendimento de R $ 1.126,00, brancos tiveram renda per capita de R $ 1.781,00
Em um cenário simulado onde não houvesse programas de distribuição de renda em 2020, o rendimento domiciliar per capita em MS teria sido de R $ 1.347,00, dando uma diferença de cerca de 7,3% ante o rendimento recebido com os programas que possibilitou esse valor ser de R $ 1.424.
Para finalizar, uma pesquisa ainda mostra que em MS, negros representam 62,9% da população com os 10% menores adequados e 30,9% daqueles entre os 10% da população com os maiores fornecidos.
Por sua vez, os brancos eram os 35,5% das pessoas com os 10% menores adequados e 64,7% entre os 10% da população com os maiores recursos.