Com 5,9 mil novas empresas em 2020, MS tem melhor resultado em 7 anos

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novas empresas

Em ano marcado pela pandemia da Covid-19 e crise econômica, Mato Grosso do Sul registrou o melhor resultado na abertura de novas empresas em sete anos.

De janeiro a setembro, conforme os dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems), foram 5.915 empreendimentos formalizados no Estado.

O número é 8,2% maior que o acumulado do mesmo período de 2019, quando 5.462 empresas foram constituídas.

A última vez que foi registrado resultado superior foi em 2013, quando foram 6.045 novos CNPJs de janeiro a setembro.

Conforme os dados da Jucems, que é vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), em setembro de 2020 foram abertas 760 novas empresas, sendo o melhor resultado para o mês da série histórica registrada desde o ano 2000.

Entre os setores, o de serviços foi responsável por 62,8% das novas empresas, totalizando 478 novos negócios, seguido pelo comércio, com 257 empresas, e a indústria, com 25.

De acordo com a atividade econômica principal, os segmentos que mais se destacaram foram transporte rodoviário de cargas (33), atividade odontológica (23), comércio de artigos de vestuário e acessórios (23) e serviços de engenharia (20).

O setor terciário também tem se destacado na criação de novas vagas. Dados do cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que em agosto o Estado registrou saldo positivo na geração de emprego formal em 2.612 vagas.

Do total registrado em agosto de 1.692 (ou 64,77%) estão no setor terciário, sendo 1.098 no comércio e 594 nos serviços.

Segundo o titular da Semagro, Jaime Verruck, os números são extremamente positivos para Mato Grosso do Sul e refletem a confiança dos negócios na economia estadual.

“Os empreendedores estão acreditando no processo de retomada e nós sugerimos cautela neste momento que ainda é de transição. O setor de serviços, ao mesmo tempo que foi o mais impactado, consegue se recuperar, mostrando uma nova dinâmica da economia ”, disse.

Para a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, o crescimento do número de empresas é positivo.

“Temos um resultado bastante positivo em meio à pandemia. Conforme as pessoas estão se reinventado e buscando novas oportunidades ”, explica um economista, que ainda ressalta que é preciso cautela.

“Nos momentos de crise existe essa tendência maior da abertura de empresas, muitas abrem e muitas fecham. Outras surgem como alternativa, sem um planejamento de longo prazo. Pode ser considerado um dado positivo do ponto de vista de estratégia de que as pessoas estão buscando alternativas e enxergando oportunidades. Mas também inspira cautela, porque essa abertura tem de estar condicionada ao planejamento de longo prazo e não apenas na geração de renda ”, detalha Daniela.

Fechamento

No acumulado de janeiro a setembro foram fechadas 3.025 empresas . Aceitar as constituições e fechamentos, o saldo é positivo em 2.890 empreendimentos.

No mês passado foram extintas 284 empresas na Jucems, sendo 140 de serviços, 131 no setor de comércio e 13 na indústria.

O resultado é 4,4% maior em relação ao mesmo período de 2019, quando fecharam 272 empresas.

De acordo com a Semagro, além dos impactos globais vencidos da pandemia do Covid-19, outro fator que tem contribuído para o fechamento das empresas é a extinção de taxas.

Em novembro de 2019, o governo federal extinguiu a cobrança da taxa pelas juntas comerciais brasileiras para fechamento de empresas, especificado pela Lei da Liberdade Econômica – Lei 13.874 de 20/09/2019.

Municípios

Campo Grande foi responsável por 41,8% das novas empresas em setembro, que somam 313 CNPJs. Dourados aparece em segundo, com 94 unidades, seguido por Três Lagoas, com 37, junto de Ponta Porã, também com 37 novas empresas.

Os três municípios com maior abertura de empresas também registram os maiores números de fechamento de empreendimentos em setembro de 2020.

Em Campo Grande foram fechadas 148 empresas, em Dourados 31 e em Três Lagoas foram 13.

Já os setores mais impactados são o comércio de artigos de vestuário e acessórios, que fechou 22 empresas em setembro, seguido pelo de restaurantes e similares, que perdeu 11 negócios, e o transporte rodoviário de cargas, que fechou 11 CNPJs em setembro.

Dados do painel Mapa de Empresas, do governo federal, apontam que até setembro Mato Grosso do Sul registrou 272.102 empresas ativas, sendo 256.532 matrizes e 15.570 filiais.

Ainda conforme os dados do painel, o tempo necessário para abrir uma empresa no Estado é de 2 dias, enquanto a média nacional é de 2 dias e 21 horas.