investimentos em infraestrutura vão demorar mais um ano

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rede de energia celg d
Fracasso da venda da Celg-D acabou respingando no leilão de linhas de transmissão de energia, previsto para 2 de setembro. (Foto:divulgação).

Um novo ciclo robusto de investimentos em infraestrutura no Brasil vai demorar para deslanchar no país, enquanto representantes do governo e do setor privado medem forças na tentativa de alinhavar a volta ao modelo de financiamento mais concentrado no investimento de mercado.

Dada a agenda extensa de ajustes que precisam ser feitos, há pouca expectativa no mercado de que um pacote robusto de infraestrutura chegue antes do final do ano que vem com chances reais de sucesso.

Até lá, o governo fará barulho para mostrar que está se mexendo. Na prática, porém, só haverá recursos para conclusão de obras consideradas mais prioritárias, disseram fontes do governo e de instituições financeiras que participam das discussões.

“Dificilmente algum programa mais consistente virá a público antes do segundo semestre do ano que vem”, disse à Reuters um alto executivo de um grande banco estatal a par das discussões.

E o fracasso na tentativa de privatização da distribuidora de energia elétrica goiana Celg-D, controlada pela Eletrobras, na semana passada, foi um alerta para o governo interino de que o investimento em infraestrutura não é tão simples de ser retomado.

Segundo um alto executivo de um grande banco estatal, o episódio foi um sinal de que o interesse em vender vários ativos em pouco tempo com objetivo declarado de fazer caixa não foi bem recebido pelo mercado.

“A tática de colocar o Brasil em liquidação não está dando muito certo”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. “Sob a ótica do investidor, é menos importante comprar um ativo barato do que ter confiança de que ele será rentável no longo prazo.”

O fracasso da venda da Celg-D acabou respingando no leilão de linhas de transmissão de energia, previsto para 2 de setembro e que tinha como meta atrair 12,6 bilhões de reais em investimentos, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.