Com o crescimento expressivo das vendas no ano passado, o mercado brasileiro de etanol chegou ao limite de sua capacidade de produção, avalia a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). No ano passado, a demanda por etanol hidratado subiu 37,5% e atingiu 17,6 bilhões de litros, o maior volume da história.
Segundo o superintendente adjunto de Abastecimento da ANP, Rubens Freitas, em seminário sobre o desempenho do mercado de combustíveis em 2015, a explosão nas vendas do combustível no ano passado deveu-se a três fatores principais: os aumentos do preço da gasolina, a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os derivados de petróleo e políticas estaduais de redução de impostos do etanol. Os três movimentos contribuíram para melhorar a competitividade do etanol frente à gasolina.
“Está dada nossa capacidade de ofertar etanol. Acima disso, só com ampliação dos investimentos em novas usinas ou com novas tecnologias de produção”, diz Rubens Freitas. Além disso, ele acrescentou a pouca demanda por açúcar no mercado mundial, o que levou os produtores de etanol a optar pela produção de combustíveis.
Para 2016, a ANP acredita que o mercado permanecerá equilibrado, mas há preocupação com o momento em que a economia voltar a crescer, disse Freitas.
Neste caso, além de alta nos preços do combustível, o Brasil pode ter que ampliar as importações de gasolina. O déficit na compra deste combustível caiu à metade entre 2012 e 2015, atingindo no ano passado 1,86 bilhão de litros. (Fonte: Folha de São Paulo, 02/03/2016).