
De janeiro a junho deste ano, a troca comercial entre Mato Grosso do Sul e o Chile envolveu US$ 231,15 milhões (R$ 1,278 bilhão na cotação atual), negócios que devem expandir com o corredor bioceânico, com a operação da rota prevista para começar no final de 2026.
Segundo dados divulgados pelo Governo do Estado, o estado pantaneiro exportou US$ 210 milhões para o Chile e importou US$ 197 milhões em 2024, dos quais, somados, resultam em negociações que giraram US$ 407 milhões (R$ 2,5 bilhões, conforme cotação do dia 31 de dezembro do ano passado).
Enquanto isso, números do primeiro semestre deste ano mostram exportações às terras chilenas que chegaram a US$ 134,16 milhões e importações a US$ 96,99 milhões, o que representa 63,89% e 49,23% dos totais acumulados do ano passado, respectivamente. Para o governador Eduardo Riedel, o comércio entre as partes irá aumentar com a implantação da rota bioceânica.
“Um comércio equilibrado, ainda de poucos produtos, mas que com a rota vai avançar. Nosso compromisso é ser um facilitador, apoiar as iniciativas para gerar resultados que levam ao sucesso. Este projeto (rota) vem sendo construído por diferentes gerações, em direção a este sonho que se torna real a cada dia”, descreveu.
Seguindo um corredor rodoviário pelo Estado, a rota de integração chega a Porto Murtinho em direção ao Paraguai, onde está sendo construída a ponte binacional, que liga a cidade sul-mato-grossense a Carmelo Peralta (PY). Até o momento, a estrutura já está com 80% dos trabalhos concluídos, desenvolvimento que foi comemorado por Riedel e Santiago Peña, presidente do Paraguai, durante encontro no último dia 2.
Depois o corredor segue por terras paraguaias, passando pela Argentina até chegar aos portos chilenos, onde embarcam rumo ao Oceano Pacífico, encurtando o caminho aos mercados asiáticos. A expectativa é de uma redução de até 30% nos custos logísticos e de 15 dias no tempo de transporte em relação à rota marítima tradicional pelo Oceano Atlântico, via Porto de Santos.
Trajeto completo da Rota Bioceânica – Fonte: Divulgação
Resumo anual
Entre janeiro e setembro de 2025, Mato Grosso do Sul registrou exportações no valor de US$ 8,18 bilhões, enquanto os produtos que entraram no País somaram US$ 1,83 bilhão.
Assim, o saldo acumulado – que é a diferença entre as exportações e importações – na balança comercial do Estado chega a US$ 6,34 bilhões até o mês de setembro, um valor 10,84% maior em relação ao mesmo período no ano passado.
As informações foram divulgadas na Carta de Conjuntura do Comércio Exterior, publicado no último dia 7 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Esse desempenho é sustentado por uma estrutura exportadora concentrada em commodities, sendo a celulose o principal carro-chefe, com participação de 29,22% no total exportado.
Logo em seguida, aparecem a soja (25,58%), que por meses liderou o ranking, e a carne bovina (15,92%), compondo o pódio dos principais produtos enviados ao exterior.
Nas importações, desde o início do ano, continua predominando o gás natural, com 33,03%, seguido do cobre (8,14%) e caldeiras de geradores a vapor (6,86%).
Países parceiros
Os dez principais destinos das exportações sul-mato-grossenses são China, Estados Unidos, Países Baixos, Indonésia, Itália, Chile, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Índia, que em conjunto, responderam por mais de 85% do valor exportado. Ao todo, MS mantém relações comerciais com 120 países para exportação de produtos.
Entre os produtos exportados, destacam-se os itens como carne (bovina, suína e de frango), soja, milho, produtos florestais, cana-de-açúcar, amendoim, cítricos e mineração.
Em 2024, Mato Grosso do Sul exportou aproximadamente US$ 7,5 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os principais produtos exportados, origem agroindustrial, foram soja (em grãos), responsável por aproximadamente US$ 3,68 bilhões, além de produtos florestais (US$ 2,67 bilhão), carnes (US$ 1,71 bilhão) e cereais, farinhas e preparações (US$ 222,85 milhões)
Saiba
Durante o mês de setembro, Mato Grosso do Sul vendeu US$ 834 milhões em produtos para outros países, e pelo Estado, entraram no Brasil US$ 204 milhões em mercadorias estrangeiras, o que representa um saldo de US$ 204,4 milhões.
Apesar do volume expressivo das exportações em setembro, com a venda de US$ 834 milhões em mercadorias para outros países, já é o segundo mês consecutivo de queda na receita das exportações. Depois de vender US$ 1 bilhão em julho para outros países, em agosto as receitas caíram para US$ 943,6 milhões.
Correio do Estado