Consignado do trabalhador empresta R$ 300 mi em MS

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Mato Grosso do Sul contabilizou 57.219 contratos negociados entre março e este mês no novo consignado do crédito do trabalhador, disponível por meio da Carteira de Trabalho Digital. No Estado, 48.413 trabalhadores contrataram o novo consignado, que oferece taxas de juros mais baixas.

Conforme os dados enviados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ao Correio do Estado, o total emprestado ultrapassa R$ 302,182 milhões, com valor médio por empréstimo de R$ 5.281,16, e parcelas e prazo de pagamento médios de R$ 288,46 e 18 meses.

A modalidade é destinada a empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de microempreendedores individuais (MEI), desde que não tenham outro empréstimo consignado vinculado ao mesmo vínculo empregatício.

Ainda de acordo com o MTE, em todo o País, R$ 17 bilhões já foram concedidos em empréstimos consignados aos trabalhadores com carteira assinada, nas 27 unidades da Federação. No total, para 3,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada em todo o País. A média dos empréstimos alcança R$ 5,3 mil por contrato, com prestação média de R$ 294,22 e prazo de 18 meses. Atualmente, o Brasil conta com mais de 47 milhões de trabalhadores assalariados com carteira assinada.

Segundo o mestre em Economia, Eugênio Pavão, a economia brasileira tem trazido diversos desafios para os trabalhadores. 

“Na macroeconomia, temos a inflação, a valorização do dólar e os desafios da política fiscal. Na microeconomia, temos as questões de endividamento das famílias. Diante desse quadro, a possibilidade de empréstimo para os trabalhadores da iniciativa privada e pública se torna uma opção frente aos altos juros das modalidades de créditos existentes no mercado”.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressalta a importância de fugir dos juros altos do cartão de crédito. “O programa melhora a qualidade de vida das famílias trabalhadoras, que podem tomar um crédito com juros mais baixos, visto que os empréstimos têm garantias que chegam a 10% do FGTS”, diz, e recomenda que “o trabalhador precisa ter cautela para fazer o empréstimo e pesquisar as melhores taxas”.

 A pasta alerta que os trabalhadores precisam ter calma e esperar pelas 24 horas para receber todas as propostas e, com isso, optar pela mais vantajosa.

A medida provisória que criou o crédito do trabalhador foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 12 de março, em solenidade em Brasília. Na ocasião, o presidente enfatizou que a intenção não é endividar brasileiros mas, sim, gerar oportunidades, tirar os mais vulneráveis dos juros caros, promover inclusão produtiva e gerar qualidade de vida.

TROCA
A partir de 25 de abril, trabalhadores com carteira assinada foram autorizados a migrar dívidas de empréstimo consignado ou de crédito direto ao consumidor (CDC) para o crédito do trabalhador, que oferece juros mais baixos. 

A troca é vantajosa apenas se o novo crédito oferecer juros menores. Enquanto o CDC tem taxas de 7% a 8% ao mês, o crédito do trabalhador oferece taxas em torno de 3%, chegando a 1,6% em alguns bancos.

Atualmente, o programa conta com 35 instituições financeiras parceiras. 

“A portabilidade favorece o trabalhador, pois a instituição financeira poderá perder o empréstimo do CDC ou do consignado para outro banco se não oferecer taxas melhores”, explica Marinho.

No Banco do Brasil, por exemplo, a taxa oferecida está entre 1,46% e 3% ao mês. Já na Caixa as taxas oferecidas estão entre 1,60% e 3,17% ao mês.

A medida provisória que criou o programa determina que a redução dos juros é obrigatória na troca de dívida. O trabalhador contrata o novo consignado e quita a dívida anterior, se houver margem consignável, pode solicitar o crédito. 

A obrigatoriedade da redução das taxas vale até 21 deste mês. Bancos podem oferecer a migração diretamente aos clientes, mas, se as condições não forem vantajosas, o trabalhador pode optar pela portabilidade para outra instituição.

“Para tomar esse empréstimo, é vantajoso ao trabalhador trocar uma dívida mais cara, por essa em consignação, o trabalhador tem que simular os juros e encargos, comparando a dívida atual e a nova”, considera Pavão. 

O economista ainda ressalta que é necessário avaliar bem antes de tomar o empréstimo. “Em caso de necessidade do empréstimo, parte do salário será retido no contracheque, reduzindo a renda líquida disponível, sendo necessário muito cuidado para não aumentar o desconforto econômico”, finaliza Pavão. 

Leia mais em: https://correiodoestado.com.br/economia/trabalhadores-de-ms-emprestaram-mais-de-r-300-milhoes-do-consignado/451074/